A temperatura do corpo humano é controlada pelo hipotálamo, uma área do cérebro que age como um termostato ajustado para manter os órgãos internos a 37 ºC (graus Celsius). Quando o organismo é agredido por um agente externo ou por uma doença, o termostato pode ficar desregulado e elevar a temperatura caracterizando assim a febre. Na verdade, a febre não é uma doença; é uma reação do organismo contra alguma anomalia. Nas infecções, a febre ajuda o sistema de defesa a livrar-se do agente agressor.
A temperatura corpórea considerada normal varia entre 36 ºC e 36,7 ºC. Habitualmente, ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou a noite. Alterações de até um grau podem ser absolutamente aceitáveis em condições normais.
A única maneira de ter certeza de que uma criança está com febre é medir sua temperatura com um termômetro. A maneira mais comum é colocar o termômetro nas dobras das axilas por três a cinco minutos e após esse tempo retirá-lo para fazer a leitura da temperatura. A temperatura pode ser medida também no interior da boca ou no ânus, e nessas áreas a temperatura costuma ser um grau mais alto do que a medida nas axilas.
Na dúvida, consulte o pediatra para saber qual é o melhor termômetro indicado.
A maioria dos quadros febris é provocada por doenças infecciosas comuns e de curta duração sem maiores complicações. No entanto, como a febre pode também ser um dos sintomas de várias doenças graves, é indispensável estabelecer o diagnóstico diferencial para orientar o correto tratamento. É muito importante, em todos os quadros febris, fazer uma curva térmica através da medição da temperatura três ou quatro vezes por dia e anotar os valores e horários correspondentes. Caracterizar os picos febris em altos ou baixos, horário da febre e número de vezes por dia ajudam a identificar as possíveis causas da febre e o estabelecer o diagnóstico.
A febre é apenas um sintoma e o tratamento está diretamente ligado a causa de base, isto é, devemos procurar o que causa esta febre. Infecções bacterianas podem exigir a prescrição de antibióticos, um tipo de medicamento totalmente ineficaz quando estamos diante de uma infecção viral. Na maioria dos casos, a febre é provocada por germes causadores de infecções de curta duração (gripes, resfriados, amigdalites, pneumonias, otites, infecções intestinais, etc.), que o próprio sistema de defesa do organismo consegue eliminar.
Pesquisas recentes sugerem que a elevação da temperatura é benéfica ao nosso corpo para reagir a agressões internas e externas. Hidratação, repouso e antitérmicos para aliviar o desconforto da febre são medidas suficientes para melhorar o paciente em muitos casos. Medicamentos antitérmicos, ou antipiréticos, devem ser utilizados com cuidado e quando absolutamente necessários. Sempre é bom ressaltar que doses muito altas de paracetamol podem agredir os rins e o fígado e que o ácido acetilsalicílico é contraindicado nos casos de dengue, catapora e outras infecções virais das crianças.
A febre pode ser o sinal de alerta de uma doença mais grave e sendo assim procure o pediatra nos seguintes casos:
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria