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Bronquiolite

mar. 06, 2017

Nas estações mais frias do ano, outono e inverno, é importante lembrarmos de uma doença respiratória muito comum chamada bronquiolite. A bronquiolite é uma doença muito frequente na infância e que causa uma grande procura nos consultórios e serviços de emergência, sendo a principal causa de internação por insuficiência respiratória aguda consequente a uma infecção de vias aéreas inferiores em crianças menores de 2 anos. A doença é sazonal, isto é, há uma maior incidência da doença nas estações do outono e inverno, principalmente entre os meses de abril e julho.

A bronquiolite se caracteriza por uma obstrução difusa dos bronquíolos causada pelo efeito direto do vírus nas pequenas vias aéreas e também do efeito indireto da resposta imune do organismo com um espessamento das paredes bronquiolares, restos celulares e excessiva produção de muco.

Causas da bronquiolite

O vírus sincicial respiratório (VSR) é a causa mais comum da bronquiolite constituindo quase metade dos casos. Outros vírus, em ordem decrescente de frequência, também podem causar bronquiolite como: rinovírus, adenovírus, influenza vírus e parainfluenza vírus. Em cerca de 9 a 25% dos casos existe mais de um vírus causador. A identificação do vírus causador não interfere no tratamento. Normalmente, os casos de bronquiolite causadas pelo VSR apresentam mais sintomas de chiado no peito (sibilância), sinais de retração (sinais de insuficiência respiratória), maior duração dos sintomas respiratórios e necessidade de oxigenioterapia, porém estão associados a uma menor taxa de uso de antibióticos associados.

Os principais fatores de risco para a doença são prematuridade, doença pulmonar crônica, doença cardíaca congênita e idade menor de 3-6 meses. Alguns outros fatores também podem contribuir para o aparecimento da doença como bebês do sexo masculino, visitas ao pronto-socorro, crianças que frequentam creches e berçários, exposição ao fumo, período de aleitamento materno menor que 1-2 meses e baixas condições socioeconômicas.

Sintomas e diagnóstico

Normalmente, o quadro de bronquiolite é caracterizado por um episódio agudo de dificuldade respiratória com sibilância (chiado no peito) precedido por um quadro catarral de vias aéreas altas como tosse, coriza, espirros com ou sem febre em menores de 2 anos de idade. Os sintomas mais comuns em ordem evolucionária são tosse intensafebre baixairritabilidadegemência e queda do apetiteaumento da frequência cardíaca e respiratóriadificuldade para respirar (batimento de asa de nariz e retrações das costelas), cianose (cor azulada na boca e nas pontas dos dedos) e insuficiência respiratória.

O diagnóstico é feito através de uma boa análise das queixas referidas pelos pais e do exame clínico do paciente. A radiografia do tórax nem sempre ajuda no diagnóstico e exames de sangue como hemograma e PCR (proteína C reativa) somente são necessários nos casos internados ou com suspeita de infecção bacteriana secundária. A medida da saturação de oxigênio é importante e quando estiver menor de 92% é indicado internação para oxigenioterapia. Não se recomenda o emprego rotineiro de testes rápidos para detecção do VSR nos casos de bronquiolite. O teste positivo confirma o diagnóstico, porém o teste negativo não exclui a doença. O teste é interessante nos casos mais graves, crianças internadas ou menores de 3 meses de idade.

O VSR é muito contagioso e se dissemina facilmente de pessoa a pessoa, por meio do contato das secreções contaminadas dos olhos, nariz e boca do doente. O paciente ao tossir e levar a mão a boca acaba contaminando as suas mãos e, ao tocar em outra pessoa, a doença se espalha. A criança sadia também pode se infectar ao respirar num ambiente onde um doente, ao tossir, falar ou espirrar, deixou gotículas contaminadas com o vírus disperso no ar.

Tratamento

O tratamento não é uma regra que serve para todos os casos porque há uma certa dificuldade em distinguir a bronquiolite de outras doenças como broncopneumonia. Medidas importantes:

  • Hidratação adequada;
  • Umidificação das vias aéreas;
  • Fisioterapia respiratória para tentarmos retirar o excesso de secreção;
  • Administração de oxigênio nos casos com saturação menor de 92% ou intenso desconforto respiratório;
  • Uso de broncodilatadores (salbutamol e adrenalina) podem ajudar;
  • Uso de corticosteroides (anti-inflamatórios) é muito utilizado, porém é controverso;
  • Antibióticos somente nos casos com infecção bacteriana associada.


Normalmente, os sintomas da doença duram de 5 a 7 dias após o início da coriza e a maioria dos casos não necessita de internação hospitalar. Contudo, um grande número de crianças, depois de uma provável crise de bronquiolite por VSR, continuam com chiado no peito intermitentemente assim como ocorre na asma. Esta é chamada de sibilância recorrente pós bronquiolite. É uma situação problemática que necessita do manejo criterioso do médico pediatra. A prevenção baseia-se em evitar contato com as pessoas doentes e lavar as mãos frequentemente.

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